O congresso Nacional aprovou na madrugada desta quarta-feira (25) a revisão da meta fiscal de 2016 e autorizou o governo a fechar o ano com um déficit de R$ 170,5 bilhões. Esse será o pior resultado das contas públicas desde o início da série histórica em 1997 e o terceiro ano consecutivo em que o País não consegue pagar os juros da sua dívida.
A aprovação da proposta apresentada pela equipe econômica do governo de Michel Temer na semana passada representa uma primeira vitória para o presidente interino no Congresso. A sessão conjunta durou 16 horas, com a oposição lançando requerimentos para obstruir e atrasar a votação. Também foram analisados 24 vetos presidenciais.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tomou medidas para agilizar a votação e garantir que ela não fosse adiada em meio a discussões acaloradas entre parlamentares ligados à presidente afastada Dilma Rousseff e os da base aliada. A oposição alegou que o rombo foi superestimado.
A equipe econômica de Temer alegou que, se o déficit recorde não fosse aprovado, a máquina pública seria paralisada, com cortes de despesas em investimentos e programas sociais. A projeção de Temer supera o déficit de R$ 96,7 bilhões previsto no início do ano pelo governo de Dilma.
Nesta terça-feira, o governo federal anunciou medidas para conter os gastos públicos e projetar a economia do país num ritmo de crescimento. O primeiro pacote proposto pela equipe econômica exige que o BNDES devolva 100 bilhões de reais em dívida ao Tesouro Nacional.
A votação do projeto de lei no Congresso ocorreu um dia depois de Romero Jucá (PMDB-RR) ser licenciado do cargo de ministro do Planejamento. Áudios de uma conversa entre ele e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, sugerem a criação de um pacto para afastar Rousseff e, assim, barrar as investigações da Operação Lava Jato. (Portal Terra)
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