Quem acompanhou a sessão da última terça-feira da Assembleia Legislativa ficou com pelo menos uma convicção: não há relação saudável entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e os deputados estaduais que compõem a sua base.
Os deputados estaduais obstruíram a Ordem do Dia e inviabilizaram a votação de pelo menos três matérias de interesse do Poder Executivo. Uma delas tramita em regime de urgência na Casa.
O motivo: a não liberação das emendas parlamentares; o não cumprimento de acordos políticos e a falta de traquejo na condução de alianças para as eleições 2016. Em alguns municípios, por exemplo, deputados estão perdendo espaços na disputa eleitoral para militantes do PCdoB. Daí a revolta.
A crise entre o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa foi escancarada da forma mais constrangedora possível. Líderes de blocos e bancadas – que até então evitavam a exposição do desgaste -, se levantaram como num ato de rebeldia, e anunciaram a obstrução da pauta.
O presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT), que atuou até então como uma espécie de mediador entre Dino e os deputados insatisfeitos, deixou o Plenário logo após a Ordem do Dia.
Sutilmente, deu o seu recado ao Palácio dos Leões.
Coube ao líder do Governo na Casa, deputado Rogério Cafeteira (PSB), visivelmente constrangido, conduzir o restante da sessão.
E não conseguiu esconder a ferida aberta na relação entre os Poderes.
Ferida que pode demorar a cicatrizar.
Por Gilberto Léda, Jorge Aragão (Da coluna Estado Maior)
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