FOLHA DE S.PAULO - A Justiça de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) bloqueou R$ 18 milhões das contas do grupo Aegea, que supostamente recebeu por serviços não prestados no departamento de água da cidade.
O bloqueio foi concedido após pedido do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público paulista, no âmbito da operação Sevandija, que investiga o que é apontado como maior escândalo de corrupção da história da cidade, com fraudes em licitações na prefeitura que somam ao menos R$ 203 milhões.
De acordo com a apuração, além de ter recebido R$ 16,8 milhões por serviços não executados, a Aegea teria pagado R$ 1,5 milhão em propina a envolvidos no escândalo de corrupção.
Conforme o Gaeco, a Aegea recebeu R$ 29,7 milhões até agosto do ano passado, mês que antecedeu a deflagração da primeira fase da operação, dos quais R$ 18,3 milhões irregulares.
Do montante, R$ 1,5 milhão teve como destino pagar propina a duas pessoas, uma delas Marco Antônio dos Santos, ex-braço direito da prefeita Dárcy Vera (PSD) e que foi superintendente do departamento.
Ambos foram presos e soltos na operação após decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Promotoria chegou à conclusão a partir de quebras de sigilos e delação premiada.
A Aegea, que nega irregularidades, pediu suspensão do bloqueio e tentou liminar no TJ (Tribunal de Justiça), sem sucesso. Por meio de sua assessoria, a Aegea Engenharia informou que todos os valores recebidos "correspondem a serviços efetivamente executados, com qualidade e dentro das especificações e prazos previstos".
Informou ainda que está à disposição das autoridades e que, com as medidas tomadas -um seguro-garantia-, "estão duplamente protegidos o interesse público e o patrimônio municipal".
A defesa de Dárcy alega que ela é inocente, enquanto a do ex-secretário não foi localizada.
BENS BLOQUEADOS
Nesta sexta-feira (3), promotores do Gaeco se reuniram com o novo prefeito de Ribeirão, Duarte Nogueira (PSDB), para discutir possíveis formas de ressarcimento aos cofres públicos causados pelo esquema de corrupção investigado.
Um dos alvos é a fazenda São Luiz do Inhacundá, em Cajuru, que foi invadida pela FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade) no último dia 24.
Até aqui, a operação apreendeu 180 cabeças de gado e maquinário agrícola na propriedade rural, que está em nome da advogada Maria Zuely Alves Librandi, que está presa.
Ela alega ser dona única do imóvel, enquanto para a Promotoria a fazenda foi comprada com dinheiro desviado dos cofres públicos. Além da propriedade rural, forma apreendidos ou bloqueados 68 imóveis, 66 veículos e mais de R$ 33 milhões em contas bancárias.
Grupo Aegea em Timon
O Grupo Aegea, é quem controla o sistema de abastecimento de água de Timon numa concessão de 30 anos aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito Luciano Leitoa.
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