Força-tarefa da Lava Jato concede entrevista coletiva nesta quinta-feira (30); procuradores pedem ressarcimento de R$ 2,3 bilhões.
Procuradores da força-tarefa da Lava Jato falam em Curitiba (Foto: Erick Gimenes) |
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou nesta quinta-feira (30) ação de civil pública por improbidade administrativa contra o Partido Progressista (PP) em decorrência de desvios ocorridos na Petrobras. O MPF pede o ressarcimento total de R$ 2.303.182.588,00.
O G1 procurou a assessoria do presidente do partido, senador Ciro Nogueira, e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
O G1 procurou a assessoria do presidente do partido, senador Ciro Nogueira, e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a força-tarfa da Lava Jato, a ação cita dois esquemas de desvio de recursos: um envolvendo a Diretoria de Abastecimento, e outro ligado aos benefício que a Braskem, empresa do Grupo Odebrecht, obteve a partir da atuação deste setor da estatal.
"Esta ação não criminaliza nem obstrui a atividade política, mas sujeita a todos, inclusive os mais poderosos, à lei", afirmou o procurador do MPF procurador Deltan Dallagnol durante a entrevista coletiva concedida nesta tarde.
As irregularidades ocorreram, especialmente, segundo o MPF, no contrato de comercialização de nafta entre a Petrobras e a Braskem. O prejúizo, conforme divulgado pelo MPF, foi de US$ 35 milhões, entre 2006 e 2012. Até a última publicação desta reportagem, a Braskem não havia se pronunciado.
O coordenador da força-tarefa, procurador Deltan Dallagnol, afirmou que, pelo menos, 21 políticos receberam propinas a título de mesadas.
"As evidências colhidas ao longo da investigação apontam que o dinheiro ilícito da corrupção da Petrobras foi empregado para o enriquecimento ilícito dos participantes e para financiar campanhas eleitorais. Neste último aspecto, a corrupção, além dos seus efeitos perniciosos mais usuais, atenta contra a legitimidade do processo democrático, por desequilibrar artificialmente as disputas eleitorais", afirma o MPF.
De acordo com o MPF, eram dois esquemas.
Os esquemas
O primeiro esquema criminoso que é objeto da ação é relacionado, conforme o MPF, à identificação de um "enorme e complexo estratagema ilícito executado em prejuízo da Petrobras", entre 2004 a 2014. Um cartel de empreiteiras fraudava procedimentos licitatórios da estatal em obras e inflava irregularmente os lucros obtidos.
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