A divulgação das ações do Governo do Estado foi intensificada nas últimas semanas. Desde o fim de março – quando provavelmente o governador e seus principais aliados já sabiam do desgaste que viria – o selo comunista tem acumulado aparições nos meios de comunicação.
O desgaste foi provocado pela inclusão do nome de Flávio Dino na lista dos políticos citados no esquema de propina da Odebrecht. Segundo o delator José de Carvalho Filho, o comunista, quando era deputado federal, recebeu R$ 200 mil em troca de se posicionar a favor do projeto de lei nº 2.279/2007, que previa regras de atuação de empresas em negócios internacionais.
Com a informação privilegiada, o governo tenta passar a ideia de que no Maranhão tudo mudou. Que uma nova república surgiu a partir de janeiro de 2015.
Depois da divulgação oficial da lista da Lava Jato, o governo partiu ainda mais para o ataque, como forma de defesa do desgaste sofrido. Chamou os aliados para que todos fizessem uma corrente nas redes sociais para testemunharem sobre o caráter do governador. Várias hashtags foram criadas.
Recentemente, uma entrevista à rádio oficial do governo foi retransmitida por outras emissoras, a fim de atingir o maior número possível de ouvintes, na capital e no interior. A “entrevista coletiva” foi uma autêntica peleja favorável aos Leões. Sem nenhum momento de emoção, o que se ouviu foi o afinco de um time de radialistas a levantar a bola para o líder da equipe só empurrar para o gol (sem goleiro). Quem ouviu se viu diante de um Maranhão de “primeiro mundo”, uma “terra dos sonhos”.
Para reforçar ainda mais sua imagem, nos bairros mais pobres de São Luís e também no interior do estado, o governo distribui um jornal impresso destacando as ações comunistas.
É o mantra governista usado como arma para encobrir o desgaste.
Embora queira transparecer tranquilidade, Flávio Dino vive talvez o maior desconforto de sua trajetória na vida pública. Para um ex-juiz, a suspeita de benefício indevido de caixa 2 não é nada exemplar.
Por isso, para o governador, a ordem é trabalhar pela desqualificação da Operação Lava Jato, para que todos pensem que ele sofre simplesmente com uma perseguição política.
(Coluna Estado Maior)
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