PF faz buscas na casa do ex-procurador da República Marcello Miller, no Rio |
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estão nas ruas no Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (11), para cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-procurador Marcelo Miller, na Lagoa, Zona Sul da cidade. Um carro da PF e outro do MPF chegaram ao local por volta das 6h.
Neste fim de semana, um pedido de prisão contra o ex-procurador Marcelo Miller foi negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O nome de Marcelo Miller aparece em áudios das conversas entre o empresário Joesley Batista e Ricardo Saud da JBS. Ambos se entregaram neste domingo (10) depois que tiveram a prisão temporária decretada.
Em São Paulo, cinco a sete equipes deixaram a sede da Polícia Federal ainda na madrugada para cumprir mandados de busca e apreensão. Os agentes visam cumprir mandados nas casas de Joesley Batista, no Jardim Europa, e Ricardo Saud e também na sede do grupo J&F. A procuradora da República Janice Ascari, que trabalha diretamente com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, participa da operação.
O advogado de Joesley e Saud, Pierpaolo Bottini, disse que encarou com naturalidade os mandados de busca após a prisão dos executivos.
Em nota, a defesa de Marcelo Miller disse que "repudia veementemente o conteúdo fantasioso e ofensivo das menções ao seu nome nas gravações divulgadas na imprensa e reitera que jamais fez jogo duplo ou agiu contra a lei".
Sobre as prisões, a defesa de Joesley e Saud disse considerar desnecessária, alegando que eles "cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto" desde a assinatura da delação.
Presos devem ser transferidos nesta segunda
Joesley e Ricardo Saud passaram a noite na superintendência da PF em São Paulo e devem ser transferidos para Brasília nesta segunda. Houve impasse sobre a realização do exame de corpo de delito neste domingo (10). Os advogados dos executivos pediram para os dois não realizarem os exames no Instituto Médico Legal Central de São Paulo para não expor a intimidade de seus clientes. Diante do impasse, Fachin autorizou a realização dos exames em Brasília.
A prisão foi um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que alegou que havia indícios de má fé dos delatores, que não contaram no processo de acordo de delação premiada que foram orientados por Miller a filtrar informações e a ajustar depoimentos nesse acordo de delação premiada.
O ministro do STF decretou a prisão temporária de Joesley e de Saud, mas negou o pedido de prisão da Procuradoria da República contra o ex-procurador Marcelo Miller. Fachin também suspendeu parcialmente os benefícios das delações de ambos, ressaltando que é necessário que se busque novas medidas e provas sobre os indícios de crimes atribuídos ao ex-procurador. (Fonte: G1)
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